Quem é essa tecameba?

Hoje falaremos da teca que representa nosso mascote Aculeôncio®: Centropyxis aculeata. (Ehrenberg, 1838).

Esta ameba testácea pode ser identificada por sua testa ovóide ou circular, marrom ou amarelada coberta por cristais de quartzo e frústulas de diatomácea, mas, principalmente, pelos espinhos que apresenta na borda e seu lobostoma invaginado e circular. Pode ser encontrada em ambientes lênticos e lóticos, em musgos, vegetação ciliar e no plâncton.

Um fato interessante sobre essa espécie é que foi observado que na ausência dos materiais necessários para aglutinar uma teca, ela pode produzir uma de proteína similar as das Arcellas.

Centropyxis aculeata. Foto: MIRANDA, 2018. Ecologia da comunidade zooplanctônica de um riacho costeiro da Mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Tese de Doutorado em Ecologia e Evolução. - Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Centropyxis aculeata em visão lateral. Foto retirada de: MICROWORLD. <arcella.nl>

C. aculeata por Chardez, 1966. Foto retirada de MICROWORLD. <arcella.nl>

Referências:

MICROWORLD. World of amoeboid organisms, 2019. Disponível em <arcella.nl> Acessado em 20 Abr 2020.

SOUZA, Maria Beatriz. 2008. Guia das tecamebas Bacia do Rio Peruaçu - Minas Gerais. (1a edição)

MIRANDA, 2018. Ecologia da comunidade zooplanctônica de um riacho costeiro da Mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Tese de Doutorado em Ecologia e Evolução. - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Dica de Artigo!

Neste artigo de 2011 publicado no European Journal of Protistology, os pesquisadores estudaram as Difflugia e seus hábitos alimentares, o que essas tecamebas predam e quais suas estratégias para capturar e consumir a presa. Foi possível observar até canibalismo! Além de quais organismos costumam consumí-las e como. Vale a pena a leitura para se surpreender com as diferentes e curiosas estratégias que esses organismos tão pequenos utilizam na obtenção de alimento, como a utilização dos dentes do pseudostomas pra fixação e quebra de carapaças.

Confira no link: https://doi.org/10.1016/j.ejop.2011.04.002

Na imagem acima, retirada do próprio artigo, é possível observar uma D. biwae capturando, manipulando, consumindo e depois expelindo os restos de um Keratella cochlearis.

Quem é essa tecameba?

Centropyxis constricta (Ehrenberg, 1841)

Esta tecameba pode ser identificada pela sua teca alongada, quase oval e formada por frústulas de diatomáceas ou grãos encontrados no meio de diferentes tamanhos que darão sua cor acinzentada. Esta teca apresenta pseudostoma ovalado e invaginado e pode ser encontrado em musgos, na vegetação ciliar ou no plâncton de ambientes lóticos e lênticos.

Pode ser diferenciada de C. platystoma pelas dimensões da teca e pelos grandes grãos que a C. constricta comumente apresenta no fundo.

Centropyxis constricta. Foto: SOUZA, M.B.G. Guia das Tecamebas, Bacia do Rio Peruaçu - Minas Gerais. Subsídio para conservação e monitoramento da Bacia do Rio São Francisco. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

Centropyxis constricta. Foto: MICROWORLD

Referências:

MICROWORLD. World of amoeboid organisms, 2019. Disponível em <arcella.nl> Acessado em 13 Abr 2020.

SOUZA, M.B.G. Guia das Tecamebas, Bacia do Rio Peruaçu - Minas Gerais. Subsídio para conservação e monitoramento da Bacia do Rio São Francisco. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008.

MIRANDA, 2018. Ecologia da comunidade zooplanctônica de um riacho costeiro da Mata Atlântica, Rio de Janeiro, Brasil. Tese de Doutorado em Ecologia e Evolução. - Universidade do Estado do Rio de Janeiro.